sábado, 17 de julho de 2010

No mais ...

Eu tenho uma qualidade muito bacana, sou prestativa demais, demais mesmo. Faço tudo por quem amo. Não abandono nos momentos difíceis. Ligo pra saber como estar. Dou carinho e amor. Tento ser a melhor companhia do mundo. Só que algumas vezes não sou recompensada. E quando isso acontece eu tenho a convicção de que esse tipo de gente que não sabe dar valor, não me merece. É mais ou menos por isso que tô passando...
A algum tempo, deixei de viver a minha vida pra viver a vida de uma outra pessoa. O momento era difícil demais e eu não podia deixa-lo. O meu papel era ficar ao lado dele, e o fiz muito bem. Não existia dentro de mim tanta força assim para ajuda-lo, mas banquei de Mulher Maravilha com todos os seus poderes até o fim. Arrumei força de onde nem existia. O momento era muito difícil, repito. Chorei mil vezes na tentativa de dividir com ele as lágrimas e o sofrimento, ele sofria e eu sofria junto. Eu sofria mais ainda talvez, porque sofria duas vezes, por mim e por ele. Troquei minha casa pela dele para fazer-lo companhia. Já que ele não tinha ninguém, a não ser eu. Aguentei todos os seus estresses, calada. Sabia no fundo que todos aqueles problemas pelo qual ele passava só podia o deixar estressado mesmo. Cuidei e amei, fiz papel de mãe. E no final, o sorriso e o carinho que eu tanto esperava em troca, que eu tanto precisava também, não me foram dados e tudo o que eu fiz não foi recohecido.
Então quer dizer que eu fui a escolhida só para protagonizar o lado difícil, o lado fácil e bom fica por conta de outros...
Como diz o grande Zé Ramalho, "No mais, estou indo embora"...

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